Colagem Nova #3
XI
Bernardo é quase árvore.
Silêncio dele é tão alto que os passarinhos
ouvem de longe
E vêm pousar em seu ombro.
Seu olho renova as tardes.
Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho
1 abridor de amanhecer
1 prego que farfalha
1 encolhedor de rios - e
1 esticador de horizontes.
(Bernardo consegue esticar o horizonte usando 3
fios de teias de aranha.
A coisa fica bem esticada.)
Bernardo desregula a natureza:
Seu olho aumenta o poente.
(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua
incompletude?)
Manoel de Barros, mágico pantaneiro e cavalo de Bernardo - Livro das Ignorãças, 1993
***
Primeira colagem do ano. E me prometi que ele me promete coisas boas - diferente do passado.
Não conheço outra poesia que diga tanto de algo tão meu - o silêncio, que sempre falo aqui. Então resolvi me colar nessa colgem. Ela me diz e diz de mim. Quem me conhece procure e ache os meus pedaços nela.
Bom ano, pra quem é de bom ano. Eu sou e quero que seja pra mim.
XI
Bernardo é quase árvore.
Silêncio dele é tão alto que os passarinhos
ouvem de longe
E vêm pousar em seu ombro.
Seu olho renova as tardes.
Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho
1 abridor de amanhecer
1 prego que farfalha
1 encolhedor de rios - e
1 esticador de horizontes.
(Bernardo consegue esticar o horizonte usando 3
fios de teias de aranha.
A coisa fica bem esticada.)
Bernardo desregula a natureza:
Seu olho aumenta o poente.
(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua
incompletude?)
Manoel de Barros, mágico pantaneiro e cavalo de Bernardo - Livro das Ignorãças, 1993
***
Primeira colagem do ano. E me prometi que ele me promete coisas boas - diferente do passado.
Não conheço outra poesia que diga tanto de algo tão meu - o silêncio, que sempre falo aqui. Então resolvi me colar nessa colgem. Ela me diz e diz de mim. Quem me conhece procure e ache os meus pedaços nela.
Bom ano, pra quem é de bom ano. Eu sou e quero que seja pra mim.
12 comentários:
naum quero parecer ignorante no comentário, mas vou comentar uma coisa simples... o q senti de cara!... amei a colagem! qndo vi a foto, logo percebi q se tratava do texto q conheci no seu profiel do orkut... ( trecho q gosto muito, graças a vc! ) e achei incrivel a percepção para a colagem e o q vc diz q representa muito de vc!
Parabéns Jules!
PS: Eu ainda não tinha visto as outras colagens... estava um tempo sem visitar! Também gostei muito! Umas mais, outras menos... mas todas muito boas!
Bjos!
ai ai ai!!! O Manoel pega é no olho né. adorei a colagem..bjus..quero mais!!!
q coisa linda!
Aff...que absurdo de bom. A colagem, o poema e vc. Amo
gosto muito!
só tu e eduardo refice mesmo que conseguem o mesmo que sinto quando vejo :*
que alegria entrar aqui e ver a nova colagem, com versos do sinhôzinho da cabeça algodoada. ele [e vc] me emocionam com esses lirismos de palavras, suspiros e imagens. tecem formosuras, vocês.
um olá dessa ilha distante.
e um abraço de feliz ano novo, que nunca é tarde.
=)
A montagem é linda e bela. Mas, o conteúdo da leitura do garoto é um tanto paradoxal.. hihi...
Contudo, ficou muuuuuuuito bom.
É simplesmente tão clássico quanto a essência de Julian Campos. O mesmo nome do filho de alguém que formou opinião, não poderia ficar mudo. Saudades.
essência clássica? Tinha que ser você, Anônimo! rs
"vâmo tá agilizando" uma nova?
Tão clássica quanto sua essência, é a minha existência.
Vi imagens lindas no seu blogue, parabéns.
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